Nota – EM DEFESA DA UFSC PÚBLICA E GRATUITA É A NOSSA RESPOSTA
É inegável que o suicídio do reitor Luiz Carlos Cancellier de Olivo, é o desfecho trágico de uma prisão arbitrária, espetaculosa e sustentada pelo denuncismo sem a devida preocupação com uma séria investigação conclusiva.
Nos somamos a amigos e familiares na dor e na indignação.
Segundo a advogada do reitor morto, as investigações não são sobre supostos desvios de 80 milhões de reais (valor total do projeto investigado) e sim de 300 mil reais ao longo de alguns anos e anteriores à gestão atual da reitoria.
Nós não admitimos a corrupção, mas tampouco queremos transformar o combate a ela numa cruzada sem regras, onde os direitos dos cidadãos à defesa e a um julgamento justo e imparcial nada valham diante de uma sanha punitivista que serve de pretexto ao autoritarismo policial, judicial e midiático para justificar o atual estado de exceção implantado pelo Golpe em curso no país.
Nós temos consciência dos efeitos do “lavajatismo” sobre a indústria naval e pesada brasileira. Não há dúvida que houve desvios na Petrobras e precisam ser investigados e punidos, mas sempre na forma da lei e sem julgamentos midiáticos antecipados.
No entanto, não estariam as investigações sobre esses crimes servindo de cobertura para roubos muitos maiores, como a destruição de nossa indústria naval, a entrega da riqueza incomensurável do pré-sal para as multinacionais e a dilapidação da Petrobras?
Nos preocupa que, no momento no qual o governo ilegítimo de Temer investe para destruir as universidades públicas, restringindo suas verbas para 2018 a 5% do orçamento, quando já chegou a 15% em 2015, o lavajatismo faça sua estreia retumbante na UFSC, com a Polícia Federal e o judiciário afrontando a autonomia universitária.
Nós continuaremos firmes na defesa da universidade pública e gratuita, de sua autonomia, e nos somaremos à comunidade universitária da UFSC para exigir mais verbas para sua sobrevivência.
A continuidade do governo Temer, envolvido em sérias denúncias de corrupção, está roubando os direitos trabalhistas dos trabalhadores, entregando nossas estatais ao estrangeiro, roubando nosso direito aos serviços públicos e aos investimentos sociais, roubando nosso futuro como nação soberana.
É preciso pôr fim a todos estes grandes roubos e também ao roubo de nosso direito a decidir democraticamente o governo que queremos, por isso nos posicionamos por “FORA TEMER, DIRETAS JÁ”.
Convocamos todos a transformar sua indignação em luta.
Florianópolis, 16 de Outubro de 2017
Sintrafesc – Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Federal no Estado de Santa Catarina