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Agricultor familiar segue sem apoio do governo federal

Na semana passada, finalmente, a Câmara dos Deputados analisou os vetos do presidente da república à Lei 14.048/2020 (PL 735/2020), que visava instituir medidas de amparo a agricultoras e agricultores familiares para mitigar impactos socioeconômicos da pandemia da covid-19.

No entanto, os deputados mantiveram todos os vetos do presidente.

Foram vetados na Lei o auxílio emergencial de R$ 3 mil, a ser pago em cinco parcelas de R$ 600; os subsídios para implementação de cisternas e tecnologias sociais de acesso a água para consumo; o crédito de até R$ 10 mil com juros de 1%, dentre outros pontos do texto original.

Em 2020, o projeto tramitou relativamente rápido e sem grandes alterações nas duas casas legislativas, Câmara e Senado. Os parlamentares reconheciam a urgência da aprovação, já que esses produtores não foram incluídos entre as categorias que receberam auxílio emergencial.

Os vetos da presidência aconteceram em setembro do ano passado, mas só agora a Câmara retomou a pauta.

Genes da Fonseca, membro da diretoria da Unicopas (União Nacional das Organizações Cooperativas Solidárias) e diretor-presidente da Unicafes (União Nacional das Cooperativas de Agricultura Familiar e Economia Solidária) de Santa Catarina, destaca que o veto afeta diretamente as plantações e a produção da agricultura familiar.

“Estimamos que cerca de 33% da alimentação proveniente da agricultura familiar já está afetada. Isso representa uma queda muito grande”, salienta.

“Por isso, sem esses auxílios provavelmente teremos queda em nossa produção e isso não vai afetar apenas os agricultores e agricultoras familiares, mas também os consumidores, em especial aqueles com menor poder aquisitivo”.

Oposição protocola novo Projeto de Lei

oposição no Congresso espera que outro projeto seja aprovado no lugar deste, já tão picotado pelos vetos do governo.

PL 823/2021 também institui medidas de amparo aos agricultores familiares brasileiros. Em análise na Câmara, o texto foi apresentado pelo deputado Pedro Uczai (PT – SC) e toda a bancada do Partidos dos Trabalhadores.

O texto propõe a criação do Fomento Emergencial de Inclusão Produtiva Rural, destinado a agricultores familiares em situação de pobreza e extrema pobreza. O valor sugerido para o fomento é de R$ 2,5 mil por unidade familiar – no caso de mulher agricultora, R$ 3 mil.

Caso o projeto seja de implementação de cisternas ou outras tecnologias de acesso à água, o valor pode chegar a R$ 3.500,00.

O PL prevê também garantia-safra a todos os agricultores familiares aptos a receber o benefício (estabelecido pela Lei 10.420/2002), inclui a criação de linhas de crédito rural para a produção de alimentos no âmbito do Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento de Agricultura Familiar) e a extensão de prazo para pagamento de dívidas.

A agricultura familiar alimenta o Brasil

A agricultura familiar fornece a maioria dos alimentos que chegam à mesa dos brasileiros. Com a pandemia, muitas dificuldades se impuseram a esses produtores em especial o escoamento e a venda por conta da suspensão de feirasfechamento de restaurantes e indústrias, e também da compra de alimento para a merenda escolar pelo PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar).

Muitas têm sido as iniciativas da sociedade civil envolvendo doaçõescompra direta de produtos da agricultura familiar e distribuição desses alimentos a pessoas em situação de vulnerabilidade. No entanto, essas ações não dão conta de gerar renda para todo o contingente de produtores familiares e ajudar no escoamento dessa produção.


  • Capa: Eddie Kopp/Unsplash
  • Informações da Unicopas e da Agência Câmara de Notícias.

Fonte: Mônica Ribeiro, Conexão Planeta

 

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