
Classe trabalhadora quer ser ouvida na construção do novo Brasil
O presidente eleito disse que recriará a mesa de negociação, de trabalho e conselhos, além de trabalhar junto ao Congresso para a aprovação de artigo na legislação sobre o financiamento dos sindicatos, sem retorno do imposto sindical
Os ataques contínuos a classe trabalhadora brasileira deverão ser interrompidos tão logo o governo Jair Bolsonaro deixe o poder. É que o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, voltou a se comprometer com as prioridades da pauta da classe trabalhadora, durante reunião realizada nessa quinta-feira com as Centrais Sindicais (foto). A pauta, aprovada na Conferência da Classe Trabalhadora, realizada em abril deste ano pelas centrais, defende a instituição de uma política de valorização do salário mínimo, um programa de renda básica, políticas de geração de trabalho e renda, proteção dos desempregados, revisão da política de preços para produtos essenciais, entre outros pontos.
O documento conta com 63 itens que envolvem o desenvolvimento sustentável com geração de emprego e renda; trabalho, emprego, renda e estado; e políticas públicas.
Durante a reunião, Lula afirmou que o Brasil precisa ser reconstruído em muitas áreas e pediu a ajuda da classe trabalhadora para isso. Ele disse que dedicará seu tempo para recuperar empregos e atrair investimentos para o país. O presidente eleito disse que recriará a mesa de negociação, de trabalho e conselhos, além de trabalhar junto ao Congresso para a aprovação de artigo na legislação sobre o financiamento dos sindicatos, sem retorno do imposto sindical.
Fim da PEC 32
A expectativa dos servidores públicos federais é a de que o governo Lula enterre de vez a reforma Administrativa (PEC-32) proposta por Bolsonaro. A PEC-32 visa promover o desmonte do setor público para repassar as suas funções e tarefas para a iniciativa privada nas mais diversas áreas, além de aparelhar o estado com apadrinhados políticos ao invés de realizar concursos públicos.
“Seria o começo do fim dos serviços públicos. A ideia era promover o desmonte de diversas áreas para que a iniciativa privada pudesse ingressar e ganhar altos lucros com os serviços prestados à população. Também queriam lotear os cargos públicos com aliados. Claro que a corrupção iria tomar conta do serviço público porque os aliados não iriam denunciar as falcatruas. Mas, graças à luta do movimento sindical, conseguimos impedir a aprovação desta proposta em 2021 e, agora, ela não irá mais à frente”, comentou o coordenador-geral do Sindsep, José Carlos de Oliveira.
Lula já se posicionou contra a reforma, que não entrará mais na pauta de votação este ano. De acordo com o secretário-geral da Condsef, Sérgio Ronaldo, o futuro governo deve enviar um expediente ao Congresso Nacional pedindo a paralisação das votações dos temas em que não há consenso entre deputados e senadores. Entre os temas sem consenso está a PEC-32. Depois que o governo Lula assumir, essa proposta poderá ser retirada da pauta de votação do Congresso.
- Capa: Claudio Kbene, Equipe Lula
Fonte: Sindsep-PE