
Em vigília, servidores cobram serem recebidos por Paulo Guedes. Ministro evitou responder
Ato que aconteceria nessa quinta, 12, na Praça dos Três Poderes precisou ser cancelado por entidades organizadoras. Na próxima quinta, 19, atividades por abertura efetiva de negociações e reposição salarial justa serão ampliadas para todo o Brasil
Hoje, pela segunda vez desde que começou a vigília permanente dos servidores em frente ao Ministério da Economia, o ministro Paulo Guedes apareceu e falou com jornalistas. Foi interpelado pelos representantes dos servidores que estavam no local e quiseram saber quando o ministro iria atender a categoria. Guedes disse que a Secretaria Especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital, estava se reunindo com as classes de servidores. Mas a categoria voltou a insistir que a intenção era ser recebida diretamente pelo ministro que evitou responder. Os servidores pressionam e lutam pela abertura formal de negociações e uma reposição salarial justa para o conjunto do funcionalismo.
O ato marcado para essa quinta-feira, 12, às 16h em frente a Praça dos Três Poderes precisou ser cancelado pelas entidades organizadoras que compõe o Fonasefe, fórum que reúne representantes dos servidores federais. Um Dia Nacional de Luta em todo o Brasil foi anunciado para a próxima quinta, dia 19, ampliando assim a luta pela abertura efetiva de negociações com governo Bolsonaro e uma reposição salarial justa para o conjunto do funcionalismo.
Nessa quarta, 11, a Condsef/Fenadsef reuniu o seu Conselho Deliberativo de Entidades (CDE) que reforçou participação nas atividades programadas. No calendário também está prevista a vinda de caravanas dos estados em mais uma semana de Jornada de Lutas em Brasília. As atividades estão previstas para acontecer a partir do dia 31 desse mês como mais uma demanda da Campanha Salarial dos servidores federais.
Servidores da Ex-Sucam também devem vir à capital federal reforçar a luta pela aprovação da PEC 101/2019. A proposta prevê a garantia de plano de saúde aos servidores da ex-Sucam trazendo dignidade a quem sofre com graves problemas de saúde.
Entidades filiadas à Condsef/Fenadsef, que representam a maioria do Executivo Federal, continuam realizando assembleias por local de trabalho para debater e organizar o processo de mobilização dos servidores. As entidades dialogam com a categoria sobre a importância do fortalecimento da greve do funcionalismo, reforçando as greves já em curso, incluindo paralisação dos servidores do INSS e do Ministério do Trabalho e Previdência (MTP).
Só a luta garante
Nos últimos dias, rumores voltaram a circular de que o governo Bolsonaro, para evitar greves, está debatendo a possibilidade de enviar ao Congresso Nacional propostas diferenciadas para categorias específicas “insatisfeitas”. A decisão, ainda segundo informações vindas da imprensa, seria divulgada por Bolsonaro até o dia 22 de maio “para ter segurança jurídica”.
A tática de Bolsonaro vem sendo a de empurrar a crise com o funcionalismo enquanto seu governo ganha tempo usando a mídia para testar a reação dos servidores a propostas que vão sendo ventiladas sem nenhum respaldo formal.
Apenas uma coisa é certa. Só a ampliação da mobilização dos servidores poderá conseguir avanços nesse cenário. Por isso, a categoria segue ampliando a pressão por negociações e uma reposição emergencial justa para todo o funcionalismo. Não é mais possível suportar a falta de diálogo, conviver com o aumento da inflação, a falta de investimentos no setor público, o congelamento e o arrocho salarial imposto por esse governo.
- Capa: Reprodução, Vídeo-G1
Fonte: Condsef/Fenadsef