
Servidores da Funai e indígenas mobilizam-se no Dia Internacional dos Povos Indígenas
Hoje, dia 9 de agosto, é celebrado o Dia Internacional dos Povos Indígenas. Servidores da Funai e movimentos indígenas somam forças contra as políticas destrutivas capitaneadas por ruralistas e militares, que estão à frente da fundação, em atos por todo país.
As manifestações dão continuidade ao movimento iniciado após as mortes do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, exigindo justiça para a dupla, denunciando o desvirtuamento das políticas de proteção as comunidades indígenas, as péssimas condições de trabalho dos servidores e a falta de segurança em áreas de conflitos.
Em Brasília, pela manhã, houve ato em frente à sede da Funai e a partir das 18h30min haverá uma vigília cultural. Na grande Florianópolis, os servidores da Coordenação Regional Litoral Sul, indígenas e estudantes da UFSC, protestaram em frente à Justiça Federal, exigindo a viabilização de Casa de Passagem Indígena em Florianópolis. O local servirá como abrigo para que os grupos indígenas, que vem do interior e de outras localidades do estado para vender seus artesanatos no litoral durante o verão, não fiquem expostos a condições adversas, expostos à própria sorte em terrenos baldios ou embaixo de viadutos e pontes.
A luta dos povos originários para que tenham um lugar adequado para sua estada na capital do nosso estado já se arrasta por mais de 20 anos. Em 2016 foi aberto um processo judicial no Ministério Público Federal e em 2018 foi determinada a construção do local, que até agora não saiu do papel com a alegação do município de não ter recursos para executar a obra.
O grupo de manifestantes também se reunem na Aldeia Guarani do Morro dos Cavalos, em Palhoça, comunidade que sofre ataques violentos constantemente. Em 2017 a mãe da cacica Kerexú Yxapyry, Ivete de Souza, foi torturada e teve uma de suas mãos decepada. A aldeia também foi vítima de disparos de arma de fogo e em outra ocasião tiveram seus barcos incendiados por moradores locais.
A violência contra os povos indígenas se intensificam e ganharam legitimidade com o atual governo. As lutas por essas pautas estão sofrendo um retrocesso devastador. A Funai deve ser comandada por quem está comprometida pelas causas indígenas, e não por alguem com politicas anti-indigenas que tem a intenção de destruí-la por dentro!