Nesta terça-feira, 29 de abril, a capital federal é palco de uma das maiores mobilizações do calendário sindical: a Marcha da Classe Trabalhadora. Organizada pela CUT e outras centrais sindicais, a marcha reúne trabalhadores de diferentes setores do país em torno de uma pauta ampla, construída com base nas necessidades urgentes da classe trabalhadora brasileira.

Entre os diversos pontos da Pauta da Classe Trabalhadora, a CUT reforça a bandeira histórica pela redução da jornada de trabalho sem redução salarial, uma medida essencial para combater o desemprego, preservar a saúde física e mental dos trabalhadores melhorando a qualidade de vida das famílias brasileiras. 

Outro ponto central defendido pela CUT é o fim da escala 6x1, modelo exaustivo e prejudicial à saúde dos trabalhadores, especialmente no comércio e serviços. Pesquisa recente mostra que mais de 92% dos entrevistados apoiam sua extinção. Além disso, outra prioridade da mobilização é a isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil mensais, medida que beneficiaria diretamente milhões de trabalhadores, incluindo boa parte do funcionalismo público, promovendo justiça fiscal e social dos trabalhadores. Segundo o Dieese, essa proposta pode representar um ganho anual de até R$ 4.170,82 por trabalhador nessa faixa salarial.

Para viabilizar essas propostas, a tributação dos super-ricos surge como uma contrapartida tributária essencial, ao mesmo tempo em que corrige distorções históricas ficais e sociais dos brasileiro. Medida justa e necessária, pode financiar políticas de justiça social e alívio fiscal aos trabalhadores. O documento entregue hoje também reforça pautas como agricultura familiar, igualdade salarial entre homens e mulheres, transição energética justa, combate ao racismo e à LGBTQIA+fobia, proteção ambiental e revogação das reformas trabalhista e previdenciária.
 

Servidores Públicos Unificados na Luta

A marcha é mais um episódio que fortalece a união dos servidores públicos municipais, estaduais e federais em defesa de um Estado forte e justo. Reunidos sob o lema "Valorização para quem faz o Estado", e agindo conjuntamente na Aliança das Três Esferas, o funcionalismo reforça e impulsiona a mobilização nacional pela valorização dos trabalhadores.

Entre as principais reivindicações específicas dos servidores, a equiparação dos benefícios entre os Três Poderes ganhou destaque especial. Atualmente, servidores do Executivo recebem R$ 1.000 de auxílio-alimentação, enquanto colegas do Judiciário e Legislativo recebem R$ 1.784,42, uma disparidade considerada inaceitável pelas entidades sindicais. Essa pauta está protocolada desde fevereiro na Mesa Nacional de Negociação Permanente (MNNP), e os sindicatos exigem agilidade do governo na sua implementação.

Outras pautas urgentes incluem a defesa do Regime Jurídico Único (RJU), essencial para garantir estabilidade, impessoalidade e evitar precarização no serviço público; a regulamentação da Convenção 151 da OIT, que assegura o direito à negociação coletiva para os servidores; e a rejeição da PEC 32 (Reforma Administrativa), considerada uma ameaça às carreiras públicas e à eficiência administrativa. Soma-se a essas exigências o fim do confisco previdenciário sobre aposentados e pensionistas, prática derivada da reforma previdenciária de 2019, atualmente em julgamento no STF.

A ampla participação dos servidores públicos na marcha reforça que a construção de um país mais justo depende diretamente da valorização e do respeito aos trabalhadores que diariamente sustentam o funcionamento do Estado brasileiro.


🎭 Greve na Cultura e mobilização no INCRA também marcam o 29 de abril

No mesmo dia em que a classe trabalhadora ocupa Brasília, servidores da Cultura de pelo menos 12 estados e do Distrito Federal iniciam greve por tempo indeterminado, cobrando o cumprimento de acordos e a criação da carreira da Cultura (PCCULT). A mobilização foi aprovada em assembleias estaduais, incluindo Santa Catarina, onde a deliberação ocorreu no dia 24 de abril, convocada pelo Sintrafesc.

Desde 2024, quando a proposta de criação da carreira foi entregue ao MGI, o processo segue sem avanços concretos. Reuniões foram sucessivamente adiadas e não houve abertura real de negociação. A greve denuncia esse descaso, além da precarização, da sobrecarga de trabalho e da falta de diálogo com o Ministério da Gestão e Inovação.

No dia 17 de abril, o Sintrafesc realizou a Assembleia Geral Extraordinária dos servidores do INCRA em Santa Catarina, elegendo a servidora Maria da Glória Cunha para representar a base no Encontro Nacional do INCRA, que ocorre nesta quarta-feira, 30 de abril.

 

📢 1º de Maio: Dia de celebrar a luta e fortalecer a resistência

A presidenta da CUT-SC, Ana Julia Rodrigues, convida toda a população da Grande Florianópolis para participar da celebração do 1º de Maio – Dia das Trabalhadoras e dos Trabalhadores!
 
A história do 1º de Maio é marcada pela resistência da classe trabalhadora contra a exploração, desde as jornadas de 14 horas no século 19 até as mobilizações que conquistaram direitos no Brasil e no mundo. A data não celebra o trabalho em si, mas sim quem o realiza: homens e mulheres que, com sua força, constroem diariamente a sociedade.

Neste ano, o Sintrafesc, a CUT-SC, seus sindicatos filiados convidam toda a classe trabalhadora para ocupar as ruas de Santa Catarina em defesa de direitos. Na Grande Florianópolis, o ato será realizado em São José, com concentração às 13h, na Escola de Educação Básica América Dutra. De lá, seguiremos em marcha rumo à Beira-Mar, onde ocorrerá uma programação especial ao longo da tarde.

Além das apresentações culturais, o evento terá espaço com brinquedos e atrações para as crianças, garantindo diversão para toda a família. O dia 1º de Maio será de mobilização, memória e confraternização.

Convidamos cada trabalhadora e trabalhador a estar presente. Venha com sua família celebrar o Dia do Trabalhador e da Trabalhadora, defender nossas conquistas e fortalecer a luta por condições de igualdade e respeito.

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Juntos SOMOS mais fortes!