Condsef/Fenadsef

São inaceitáveis, para dizer o mínimo, as declarações do ministro decano do TCU (Tribunal de Contas da União), Walton Alencar. Em sessão plenária realizada na última quarta-feira, 12, ele classificou o Ibama como “o maior câncer dentro da administração pública” e insinuou que o órgão seria “bancado por ONGs internacionais”.

Em plena COP30 no Brasil, enquanto o mundo discute ações urgentes para frear a destruição ambiental, um ministro da cúpula do Estado ataca justamente quem protege nossos biomas. Esse tipo de fala vai na contramão do debate global, reforça desinformação e abre espaço para o avanço do crime ambiental. Deslegitimar o Ibama é deslegitimar a própria soberania nacional.

Ainda mais grave é ver declarações tão infundadas ecoadas e corroboradas por outros ministros do TCU. Não custa lembrar a esses ministros que o Ibama atua com base na Constituição e nas leis do país, de forma técnica, autônoma e comprometida com o interesse público.

Leia mais | Ministro do TCU diz que Ibama é “câncer” no desenvolvimento do Brasil 

É fundamental ainda destacar: o Ibama é um órgão composto por servidores concursados, que dedicam suas carreiras ao Estado e ao povo brasileiro. Não é de hoje que ataques se voltam contra quem está na linha de frente das políticas de preservação, políticas essas essenciais à vida. Destruir essa missão é ferir a soberania, e isso precisa ser enfrentado com firmeza.

O que de fato corrói o país não são órgãos de proteção ambiental e servidores que atuam na proteção ao meio ambiente, mas sim aqueles que usam cargos públicos para minar o próprio serviço público; são os que transformam posições de poder em instrumentos contra direitos constitucionais, inclusive o direito ao meio ambiente equilibrado; e quem também utiliza de sua visibilidade para defender interesses que não são os da população, mas sim os de grupos que lucram com a devastação dos nossos biomas.

A Condsef/Fenadsef repudia a fala do ministro Walton Alencar e reafirma a luta em defesa dos servidores da Área Ambiental. Seguimos cobrando a valorização desse trabalho árduo, essencial e insubstituível na execução das políticas públicas e do direito essencial à preservação ambiental.