A greve dos servidores federais da Cultura, iniciada em 29 de abril, segue mobilizando trabalhadores em todo o Brasil. Em Santa Catarina, a mobilização segue firme, com servidores acompanhando atentamente as negociações agendadas com o Ministério da Gestão e Inovação (MGI), em mais um esforço por reconhecimento e estruturação do setor.

O movimento atinge não apenas o Ministério da Cultura (MinC), mas também instituições como o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), Fundação Biblioteca Nacional, Funarte e Fundação Cultural Palmares. A paralisação alcança, até agora, servidores de pelo menos 18 estados e do Distrito Federal.
No centro das reivindicações está o Plano de Cargos e Carreiras da Cultura (PCCULT), apresentado ao governo ainda em 2023, mas que segue sem encaminhamento efetivo. Apesar de reuniões terem sido marcadas entre as pastas responsáveis, a falta de avanços concretos tem ampliado a insatisfação da categoria.

A desvalorização dos profissionais da Cultura é evidenciada por dados preocupantes: de 2014 a 2023, o número de servidores ativos no ministério caiu 36,6%, refletindo diretamente na qualidade do serviço prestado e no esvaziamento das políticas públicas para o setor. A ausência de reposição de quadros, aliada à precarização das condições de trabalho, tem levado muitos trabalhadores ao adoecimento e ao abandono da carreira.

Em diversas regiões do país, a mobilização tem ganhado força com servidores de outros estados aderindo à greve, atos públicos, apoio de parlamentares e manifestações de artistas. Nesta quinta-feira (8), em Santa Catarina os servidores realizam uma vigília para acompanhar os desdobramentos da reunião marcada com o MGI, buscando pressionar o governo federal a apresentar propostas concretas.

O Sintrafesc reafirma seu apoio aos trabalhadores da Cultura em greve, reconhecendo a importância de sua atuação para a preservação do patrimônio, da arte e da diversidade brasileira. A expectativa é que o governo avance no diálogo e atenda às demandas de uma categoria historicamente negligenciada.