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Nem a chuva que caiu na manhã desta terça-feira (25) conseguiu frear o avanço, o ânimo e a alegria das milhares de mulheres que tomaram a área externa do Museu Nacional da República, em Brasília, para a 2ª Marcha das Mulheres Negras. Desde as 9h, o espaço se transformou em um grande encontro de luta, afeto e identidade, marcado por cores, tambores e vozes de mulheres militantes, líderes comunitárias, trabalhadoras e representantes de movimentos sociais de todo o país.

Às 10h, uma cerimônia de abertura seguida de entrevista coletiva oficializou o início do ato, que, este ano, reúne caravanas de todas as regiões do país. A CUT participa da marcha com caravanas vindas de vários estados, reforçando a mobilização nacional em torno da agenda das mulheres negras.

As participantes marcham por reparação histórica, bem viver, moradia digna, saúde integral, direito à terra, combate à intolerância religiosa, trabalho digno e fortalecimento de uma economia solidária e feminista. As pautas refletem tanto reivindicações históricas quanto desafios contemporâneos que afetam de forma direta e desproporcional a população negra feminina.

Mesmo com a chuva, o clima era de firmeza e esperança. Muitas mulheres chegaram cedo, protegidas por guarda-chuvas e capas improvisadas, mas sem deixar de sorrir, cantar ou registrar o momento. A energia coletiva transformou a manhã cinzenta em um cenário vibrante, em que cada passo ecoava a força e a centralidade das mulheres negras na luta por justiça social no país.

Dez anos depois

Após dez anos, mulheres negras voltam a ocupar as ruas da capital federal para a 2ª Marcha das Mulheres Negras – Por Reparação e Bem Viver. A primeira edição da marcha ocorreu em 18 de novembro de 2015. Na época, o país vivia uma forte crise política, e a iniciativa surgiu para denunciar o racismo e o sexismo sofridos por mulheres negras. A ação reuniu mais de 100 mil participantes em todas as regiões do país.

Show após a marcha

Após a marcha, a programação segue no Museu Nacional, onde um show gratuito, das 15h às 21h, encerra o dia de mobilização. No palco, apresentam-se Célia Sampaio & Núbia, Ebony, Larissa Luz, Luana Hansen e Prethais, celebrando a arte, a resistência e a potência cultural das mulheres negras brasileiras.


Capa: Dino Santos/CUT