A contagem regressiva começou. Faltam poucos dias para a Marcha Nacional do Serviço Público, marcada para a próxima quarta-feira, 29 de outubro, em Brasília, com concentração às 9h no Museu Nacional da República.
De norte a sul do país, cresce o movimento que reúne servidores e servidoras das três esferas — federal, estadual e municipal — em defesa de um Estado forte, justo e a serviço do povo.
A semana é de mobilização total: atos nos aeroportos, plenárias nacionais, pressão direta sobre parlamentares e cobrança ao governo federal por um posicionamento firme contra os retrocessos que ameaçam os direitos da população e dos trabalhadores públicos.
⚖️ A "modernização" que esconde o desmonte
Apresentada pelo deputado Pedro Paulo (PSD-RJ) e articulada sob o comando do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), a nova proposta de Reforma Administrativa ressuscita os mesmos ataques da antiga PEC 32, embalada agora por um discurso de eficiência e modernização.
Mas o conteúdo continua o mesmo: precarização dos vínculos, fragilização das carreiras, ampliação da terceirização e redução do papel do Estado como garantidor de direitos.
Durante audiência pública realizada na Câmara, entidades e especialistas foram categóricos ao afirmar que a proposta é mais um capítulo da velha tentativa de transferir responsabilidades públicas para o mercado, em detrimento da qualidade dos serviços oferecidos à população. Representantes sindicais alertaram que o projeto se baseia em uma lógica punitiva e fiscalista, voltada a restringir investimentos sociais e punir quem trabalha no serviço público.
💰 Os interesses por trás da reforma
O discurso de combate a "privilégios" e busca por "eficiência" tem servido de fachada para interesses empresariais cada vez mais evidentes.
Entre os principais articuladores da proposta, está a Fecomércio-SP, que atua nos bastidores do Congresso defendendo um Estado mais barato — e, portanto, mais lucrativo para o setor privado.
A lógica é clara: quanto menor o investimento público em saúde, educação e assistência, maior o espaço para o lucro privado.
Sob a promessa de modernizar, o que se busca é transformar políticas sociais em negócios, enfraquecer o funcionalismo e restringir o acesso da população a direitos básicos.
Na 17ª Plenária Nacional da CUT, realizada no dia 17, o tema dominou as discussões. A presença da ministra da Gestão, Esther Dweck, e do secretário José Celso Cardoso (MGI) reacendeu o debate sobre a postura do governo diante da ofensiva da Câmara.
Representantes do Coletivo das Três Esferas da CUT foram firmes: não basta o silêncio — é hora de dizer com clareza de que lado se está.
As falas reforçaram que um governo comprometido com a reconstrução do país não pode compactuar com medidas que desmontam o Estado e reduzem o papel das políticas públicas.
A crítica também se estendeu às iniciativas do próprio MGI, consideradas tecnocráticas e distantes da realidade dos servidores, por priorizarem a lógica de mercado em detrimento da valorização das carreiras e da ampliação dos quadros públicos.
🗣️ Parlamentares ao lado do povo e a força da pressão popular
Além das diversas categorias já mobilizadas, os servidores e servidoras da ex-Sucam também se somam à Marcha após anteciparem suas mobilizações — inicialmente previstas para o dia 30 — com o objetivo de reforçar a unidade e fortalecer a luta nacional contra a Reforma Administrativa.
Além deles, parlamentares da Frente Parlamentar Mista em Defesa do Serviço Público confirmaram presença na mobilização, reforçando o caráter político e plural da Marcha.
A participação desses representantes comprometidos com o fortalecimento do Estado e dos serviços públicos é essencial para ampliar o diálogo com a sociedade e enfrentar a narrativa de privatização disfarçada de reforma.
Enquanto isso, cresce a mobilização das bases e das redes para pressionar os que pretendem votar contra os servidores, os serviços públicos e contra o povo brasileiro.
A ferramenta de pressão está nas mãos da sociedade, e o recado é direto: se votar, não volta. Deputado 171 não merece o voto do povo.
📅 Mobilização até o dia 29
O Coletivo das Três Esferas da CUT, o Fonasefe e dezenas de entidades sindicais intensificam as ações que culminam na grande Marcha Nacional:
21/10 (terça)
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🕗 8h – Ato permanente no aeroporto de Brasília, com diálogo direto com parlamentares.
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🕕 18h – Plenária nacional do Fonasefe (transmissão no YouTube).
22/10 (quarta)
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🏛️ 9h – Ato em frente ao Anexo II da Câmara dos Deputados.
25/10 (sábado)
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🐥 Mobilização em Patos (PB), cidade do presidente da Câmara, para reafirmar: "Não aceitaremos pagar o pato dessa reforma!"
28/10 (terça)
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✈️ Novos atos nos aeroportos de todo o país.
29/10 (quarta)
🚩 Marcha Nacional do Serviço Público
📍 Concentração: 9h – Museu Nacional da República, Brasília
🏛️ Destino: Palácio do Planalto
✊ Lema: "Não é reforma. É demolição. Sim à valorização do serviço público e dos direitos sociais!"
As mobilizações em todo o país demonstram que a força da união é a verdadeira base de sustentação de um Estado justo, democrático e eficiente.
Cada ato, cada assembleia e cada gesto de solidariedade reafirmam que o serviço público é essencial para garantir saúde, educação, previdência, assistência e segurança à população, especialmente a quem mais precisa das políticas sociais.
Mais do que resistir à Reforma Administrativa, este é o momento de reafirmar a defesa intransigente de um serviço público de qualidade, comprometido com o interesse coletivo e protegido de interesses privados que tentam transformá-lo em mercadoria.
É também a hora de exigir respeito, valorização e condições dignas de trabalho para as servidoras e servidores que mantêm o Estado de pé e transformam direitos em realidade.
Defender o serviço público é defender o Brasil.
E nesta luta — nas ruas, nos locais de trabalho e na consciência coletiva — reafirmamos:
Juntos somos mais fortes!