O processo eleitoral do Sintrafesc para a gestão 2025–2029 foi concluído na última quinta-feira (18), finalizando uma jornada que começou ainda em junho. Em Assembleia Geral Extraordinária realizada no dia 24/6, em Florianópolis, os servidores públicos federais de Santa Catarina aprovaram por consenso o Regimento Eleitoral e a Comissão Eleitoral responsável por conduzir todo o processo. No dia seguinte (25), com a publicação do edital oficial, teve início o processo eleitoral. Encerrado o prazo de inscrições, apenas a chapa da atual direção formalizou candidatura, não havendo registro de oposição.

Entre 18 de agosto e 18 de setembro, filiadas e filiados puderam registrar seu voto. A apuração, realizada na sede do sindicato sob responsabilidade da Comissão Eleitoral, respeitou rigorosamente o Estatuto e garantiu a transparência, o sigilo e a lisura de todas as etapas. No dia seguinte à apuração (19), a Comissão Eleitoral tornou público o resultado oficial, em cumprimento ao artigo 84 do Estatuto, que exige a divulgação em até 24 horas após o encerramento da apuração.

📊 Resultado final
✅ SIM (Firme na Luta): 97,6%
❌ NÃO: 1,9%
⚪ Brancos: 0,2%
📝 Nulos: 0,3%

A eleição reafirmou o compromisso da categoria com a democracia interna e a legitimidade do sindicato. A expressiva aprovação da chapa Firme na Luta evidencia a confiança da base, a unidade em torno de objetivos comuns e a disposição para enfrentar os desafios que se apresentam.

Em um cenário político de incansáveis ataques ao funcionalismo — como a volta da reforma administrativa e a tentativa de mercantilização dos serviços públicos —, o resultado é um recado claro: o Sintrafesc segue unido, fortalecido e seguro de seu papel na defesa dos serviços públicos e dos trabalhadores.

Unidade, confiança e resistência: esse é o espírito que seguirá guiando a luta coletiva da nossa categoria.
 

🚫 Sem anistia e sem blindagem: nas ruas por justiça

Na última semana, a extrema-direita e o centrão protagonizaram mais um ataque brutal à democracia ao atropelar o regimento e aprovar, em tempo recorde, dois projetos que representam a institucionalização da impunidade: a PEC 3/2021, a chamada PEC da Blindagem ou da Impunidade, que protege parlamentares de processos criminais e amplia o foro privilegiado, e o PL 2162/2023, a vergonhosa Anistia aos golpistas de 8 de janeiro, que busca perdoar inclusive Jair Bolsonaro, mentor da tentativa de golpe.

Ao tentar transferir para os próprios políticos corruptos o julgamento de seus crimes, o Congresso escancara seu sequestro por interesses escusos e mais uma vez mostra que atua contra o povo, contra a democracia e contra a Constituição, blindando cúmplices e perdoando golpistas enquanto a população sofre com a retirada de direitos e o desmonte dos serviços públicos.

A resposta da sociedade veio imediatamente. Neste domingo (21), em todas as regiões do país, milhares de pessoas foram às ruas para dizer um sonoro NÃO à anistia e NÃO à blindagem. Diferentemente das manifestações da direita no 7 de Setembro — marcadas por bandeiras estrangeiras, como a dos Estados Unidos e de Israel —, os atos do dia 21 foram tomados pelo verde e amarelo da bandeira nacional e pelas cores e pautas da classe trabalhadora.

Convocado por artistas, centrais sindicais, movimentos sociais e partidos progressistas, os protestos tomaram várias cidades pelo país e as 27 capitais.

Em Florianópolis, a mobilização enfrentou dois percalços. O primeiro veio do céu: a forte chuva não desanimou os manifestantes, que transformaram as ruas em um mar de guarda-chuvas coloridos que pintaram o centro da cidade. O segundo veio do governo estadual: por ordem do governador Jorginho Mello (PL-SC), a Ponte Hercílio Luz foi fechada e a polícia acionada para impedir que o povo ocupasse novamente o coração simbólico da capital.

Nem a água nem a repressão detiveram a marcha. Trabalhadores, estudantes e lideranças sociais seguiram em passeata até o Terminal Antigo, exibindo cartazes e entoando palavras de ordem contra a anistia e a blindagem. A determinação em seguir adiante mostrou que, mesmo diante das barreiras, a luta pela democracia e por justiça não vai recuar.
 

 

✊ Blindagem, anistia e reforma: a mesma engrenagem contra o povo

As mobilizações da população e da classe trabalhadora mostram que o vento da mudança está batendo. Devemos velejar nesse vento e, mais do que nunca, manter vigilância diante das ameaças que avançam no Congresso.

A deputada Luciene Cavalcante (PSOL/SP) alertou que a famigerada Reforma Administrativa pode ser colocada em votação a qualquer momento, em tramitação relâmpago semelhante à da PEC da Blindagem. "Se tiveram coragem de aprovar a PEC da blindagem em um dia, sem comissão especial e dando golpe no regimento, imaginem o que farão com a Reforma Administrativa, que tem apoio da mídia e do grande capital", denunciou.

A declaração se soma ao movimento do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos/PB), que reapareceu após as manifestações defendendo a blindagem de parlamentares e classificando a reforma administrativa como uma das pautas "mais importantes" para o país. O problema é que a proposta segue sendo tratada como um segredo de Estado: mais de 100 dias após a criação do grupo de trabalho coordenado por Pedro Paulo (PSD-RJ), nenhum texto oficial foi apresentado. Ainda assim, as falas do relator já apontam riscos concretos às políticas públicas e aos direitos dos servidores, confirmando que a intenção é desmontar o serviço público sob o pretexto de "modernização".

E não podemos esquecer: os parlamentares catarinenses têm votado majoritariamente contra os interesses do povo que os elegeu, alinhando-se a essa engrenagem que une blindagem, anistia e reforma administrativa em uma mesma ofensiva para subverter a Constituição, proteger corruptos, perdoar golpistas e transferir o peso da crise para os trabalhadores e a maioria da população.

Após a retomada das ruas pela classe trabalhadora e pela população, vivemos um momento crucial para promover mudanças estruturais no Brasil. Ocuparmos os espaços públicos e recolocarmos em pauta propostas que beneficiem a maioria não é apenas tarefa urgente, é condição para avançar. Precisamos de um Estado forte, com serviços públicos de qualidade e acessíveis a toda a população, como base para enfrentar os retrocessos, derrotar os privilégios e garantir justiça social.

O Sintrafesc seguirá na linha de frente dessa resistência. Só a luta garante a vitória.